0. De 0 a 9 — Introdução Prática
- Miguel João Ferreira
- 30 de out. de 2017
- 6 min de leitura

Contar de 1 a 10. Isso é um sistema— chamamos-lhe decimal (e compõe-se de 10 dígitos, de 0 a 9). Contar 0s e 1s. É outro sistema — chamamos-lhe binário; e é também, talvez, contar a “alma” de um computador. Esta é uma investigação semi-breve sobre alguns aspectos dessa espécie de alma, uma incursão, em 10 partes, de que esta Introdução constitui a primeira, por uma das principais implicações no nosso mundo dos Sistemas Computacionais, que visa avaliar alguns aspectos do impacto das Tecnologias de Informação.
São diversos os temas ligados aos sistemas computacionais que estão na ordem do dia e que influenciam a vida em sociedade e da sociedade ela mesma. Alguns deles polémicos, às vezes tabu; e, à medida que o progresso se evidencia e as possibilidades de manipulação do mundo aumentam por via da técnica, esses temas tornam-se mais e mais fracturantes. De entre eles, debruçámo-nos sobre a relação Homem-Máquina (tema 7 da lista dada), através, por vezes, de incursões pela 7ª Arte (Cinema, tema 3 da lista dada), povoada de histórias que nos servem de exemplo.
O Homo-Sapiens, um dos dois protagonistas dessas histórias, é um ser biológico de pequena memória, que se acha cada vez mais imerso no Universo Digital e cada vez mais distante do analógico. Observando a tendência para uma crescentemente-crescente simbiose entre Homem e Dispositivos Tecnológicos, já há até quem preveja, com a carga dramática habitual em tais casos, uma fusão efectiva (ao estilo do cyborg) entre o Homem e a Máquina; e, claro, porque um bom visionário fatalista tem sempre uma etiqueta para pôr nas coisas, já lhe encontraram um nome: Homo-Optimus. Mas será esse Homem assim tão “óptimo”? Traz apenas benefícios esta exponencial e vertiginosa imersão na tecnologia, cada vez mais em rede e mais digital? Poderá de facto o Homem virtualizar a sua realidade ao ponto de a perder? Ou ao ponto de se perder nela ou na rede informática que explora até ser ele mesmo parte dos circuitos por que antes apenas instrumentalmente navegava?
Esta reflexão, entre outras reflexões que caberão neste trabalho de investigação,(não avaliado), nasce, neste caso particular, de uma tarefa incumbida ao seu autor (Miguel João Ferreira, que teve colaboração no website de Filipe Faria; e no artigo 3, Homo-Computatrum, de David Melo), no âmbito da Disciplina de Sistemas Computacionais (SC, Prof. Paulo Trigueiros) do 1º Ano, do 1º Semestre, do Curso em Ciências e Tecnologias da Documentação e Informação (CTDI), do Instituto de Contabilidade e Administração do Porto (ISCAP), do Instituto Politécnico do Porto (IPP). Poderia, no entanto, ter nascido de qualquer outro acaso em qualquer parte do mundo onde o Homem e a Tecnologia se encontram. E esse encontro, por estes dias, acontece, com a mesma inesperada probabilidade, da aldeia mais recôndita do Burundi à maior metrópole da face do Globo, como São Paulo, por hipótese, ou Nova Iorque.
Por entre estas considerações sobre a relação Homem-Máquina, sugerir-se-à também a implementação de um produto, com base nas novas tecnologias, que, teoricamente (mas nunca sabemos que surpresas nos reserva a prática), poderá impulsionar ou optimizar o funcionamento ou potencial de uma empresa, instituição ou organização. Será essencialmente um exercício de meditação, criatividade e retórica. Mas poderá, quem sabe, produzir surpresas, até mesmo ao autor, que no momento em que escreve este artigo ainda não pensou nele. Que se irá propor? Um frigorífico que prepara o jantar dos colaboradores de uma empresa? Uma televisão com kit de massagem para se acompanhar com a descontração necessária as conferências ou as reuniões mais exigentes? Uma sala inteligente que adivinha onde nos vamos querer sentar para nos proporcionar um ambiente de trabalho dinâmico e anti-monótono? Possibilidades talvez absurdas que nos conduzirão, idealmente, a uma com mais lógica. E o caminho que seguiremos para a encontrar, será este Índice:
0. De 0 a 9 (Introdução Prática) — O capítulo que agora se lê
1. Odisseias no Espaço (A Explicação de um Título)
2. Um Homem e uma Máquina Entram num Bar… (A Explicação de um Tema)
3. Homo-Computatrum, Entre Ábacos e Wektabytes (História do Computador)
4. Tecno-Cérebros (Anatomias)
5. Admirável Mundo Novo (Os Mundos que o Tecno-Mundo Abriu)
6. Regresso ao Futuro 1 (O Que Chega Hoje)
7. Regresso ao Futuro 2 (O Que Vem Amanhã)
8. Regresso ao Futuro 3 (Fazer Hoje para Servir Amanhã — O Produto)
9. História Interminável ou a Conclusão Contínua (Um Homem e uma Máquina
[Saem de um Bar…)
Cabe ainda neste exercício a elaboração do Manual do Utilizador do produto desenvolvido, para que alguém, senão o autor, saiba mexer nele; bem como a dinamização de um Blog — este Blog: https://youcancallmehal201.wixsite.com/youcancallmehal — You Can Call Me H.AL. — nome dado a este trabalho com o subtítulo Um Homem e uma Máquina Entram num Bar (nome e subtítulo que serão devidamente explicados nos capítulos-artigos 1. e 2.). Foi inicialmente publicado na plataforma Wordpress (endereço: https://youcancallmehal.wordpress.com) por se ter considerado mais adequada do que outra (como por exemplo a plataforma Blogger) para apresentação de uma investigação académica. Essencialmente por 7 razões:
1) Propriedade: O Blogger pertence à Google. A Google gere o serviço e reserva-se o direito de ser proprietária do conteúdo publicado e de fechar ou bloquear o blog quando o entender. O Wordpress é open source, o que quer dizer que não pertence a qualquer empresa, mas que é desenvolvido pela comunidade (ou por uma comunidade de programadores / developers. O “ciber-periodista” gere o seu blog, é proprietário dos seus dados, decide quando terminá-lo e pode aceder-lhes a qualquer momento.
2) Controlo: Os recursos no Blogger são limitados e mais dificilmente aplicáveis a necessidades específicas. O Wordpress, como software open source, permite muito mais facilmente o acréscimo de novas funcionalidades, add-ons e plug-ins que permitem, por sua vez, modificar e optimizar o template padrão e adaptar a base oferecida pelo freeware a necessidades particulares.
3) Aparência: O Blogger dá-nos apenas um número limitado de templates e de configuração / personalização. Não permite criação de layouts próprios ou modificações. Os poucos templates não oficiais existentes são de baixa qualidade. O Wordpress dispõe de uma muito maior variedade de temas, de melhor qualidade de imagem, editáveis e personalizáveis, mesmo na versão freeware.
4) Portabilidade: Mover o nosso site da Blogger para outra plataforma é complicado: os passos a seguir nem sempre são claros e implica a perda dos rankings do motor de busca, dos subscritores e dos seguidores. E, apesar do conteúdo do blog ter sido exportado, os dados permanecerão na Google durante muito tempo, sem que o seu proprietário (ou seja, o autor do blog) tenha mão na informação que criou. Com o Wordpress essa mudança não enfrenta os mesmos entraves e a conservação dos rankings (também ditos SEO —Search Engine Optimization) é muito superior nesta plataforma.
5) Segurança: A Blogger, sendo parte da Google, goza de um sistema de segurança robusto e, neste aspecto, para um utilizador não avançado, é melhor e mais cómoda do que a Wordpress, que deixa ao “ciber-periodista” a responsabilidade pro-activa de fazer backups de segurança, procurar e instalar plug-ins adequados ou, se aplicável, procurar actualizações. Este preço, porém, vale bem as vantagens claramente superiores que esta open source tem sobre a Blogger nos outros 6 pontos desta lista de razões.
6) Suporte: O Suporte para a Blogger é limitado. Há uma documentação muito básica e um fórum de usuários. Já a plataforma Wordpress tem por trás de si uma comunidade vasta e muito activa. Há documentação online, fóruns, chats de IRC (Internet Relay Chat), onde utilizadores avançados e programadores pertencentes à comunidade estão disponíveis para resolver os problemas que surjam.
7) Futuro: O sistema Blogger não é actualizado há muito e a Google tem, como se viu, o direito de o encerrar a qualquer momento (como o já foram outros serviços Google no passado — exemplo de Google Reader, Adsense for Feeds ou FeedBurner, o que não lhe perspectiva grande futuro ou confiança por parte de quem procure uma plataforma estável e duradoura onde publicar a sua informação. A plataforma Wordpress, por seu turno, como software open source de uma comunidade dinâmica e em constante actualização e adaptação às necessidades dos seus utilizadores, promete um futuro de maior expansão, assumindo-se já como um dos maiores canais / gestores de informação do mundo.
No entanto, tendo em conta os objectivos deste trabalho, que pediam que o utilizador pudesse navegar num site dinâmico e interactivo e não exclusivamente de conteúdos escritos; e tenho em conta que o Wordpress, em versão gratuita, está mais limitado e não permite, por exemplo, algo tão simples quanto a inclusão de vídeos, acabou-se por se criar um segundo site em wix.com, no endereço já indicado. Nessa plataforma foi possível criar os elementos de interactividade esperados, apesar de também a wix.com ter os seus problemas como: lentidão; problemas de compatibilidade com versões antigas de OS; problemas de configuração / visualização em plataformas móveis; pouco intuitivo e claro em diversos aspectos da sua configuração; e, talvez a sua maior contrariedade, serviços de SEO pagos, sem os quais é extremamente difícil que o site criado aparece no Google: ou seja, em versão gratuita, quem não saiba o endereço do nosso site, terá, pelo Google, enormes problemas para lá chegar (assumindo que consegue fazê-lo).
Dadas as explicações essenciais, a introdução, que vai longa, é esta. O Futuro do que aqui se investiga foi largamente antevisto:
Que comece a Odisseia.
(Artigo de: Miguel João Ferreira)
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