8. Regresso ao Futuro 3 (Fazer Hoje para Servir Amanhã — O Produto)
- Miguel João Ferreira
- 26 de dez. de 2017
- 5 min de leitura
Já se vê que Amanhã nos esperam muitas surpresas. Muitos serão os produtos que nos chamarão das vitrines das lojas ou que nos ocuparão espaço em casa, produtos que até aqui julgávamos apenas existirem em filme. Gostemos deles ou não, com eles teremos de lidar. Mas, se o produto for nosso, será com certeza algo de que gostemos e que entendamos constituir resposta a uma necessidade — não é afinal para isso que os produtos nos servem?
O objectivo deste capítulo é portanto fazer a apresentação de um Produto ou Serviço que possa tecnologicamente servir uma organização, empresa ou a Sociedade em geral; uma ideia de negócio na área do tema Relação Homem-Máquina.
O produto que aqui se propõe cumpre, em princípio, todos esses requisitos. Será uma inovação; essa inovação, porém, não consiste nas funcionalidades, que já existem, cada uma em seu objecto, mas no facto de se reunirem tais funcionalidades num só objecto. Isso já foi feito, por exemplo, com o Smartphone, que incorporou num só aparelho leve e portátil de pequenas dimensões um telefone, uma câmara fotográfica, uma câmara de filmar, um sistema de navegação, um gravador de voz, um editor de música, um leitor de vídeo, etc.
E que produto é este?
IMind
Se o Futuro é coisa de visionários, IMind é a visão do Futuro. A um só tempo o nome quer dizer: Eu importo-me. Eu preocupo-me. Eu-Mente (Ser é pensar). O olho da mente (Eye of the Mind).
O que é?
Simples: um par de óculos.
Porque é isso inovador? São só óculos?
Não, é muito mais do que isso.
Então o que tem?
Um canivete suíço para os olhos:
1. Óculos graduados (se necessário — avaliação optométrica, ajuste de gradução) — afinal é para isso que servem os óculos; e porque a visão de nada vale sem luz, já vêm com lanterna incorporada.
2. Óculos de sol (ajuste de luz, anti-reflexo).
3. Sistema de ampliação tipo lupa, binóculo e microscópio.
4. Scanner: digitalização em tempo real, por ordem do utilizador, do que se lê, seja um livro, um documento, um ecrã, um cartaz… Qualquer superfície com texto, a velocidade normal de leitura ou em modo “folhear de página”.
5. Telefone inteligente (chamadas, ligação em rede e à rede).
6. Equipado para comunicação por vídeo-conferência e para apresentações.
7. Sistema de navegação / orientação e identificação (GPS).
8. Câmara (fotografia e vídeo) impermeável, à prova de água até 20m de profundidade, ao estilo GoPro, com gravação directa para o telemóvel, PC, Tablet ou qualquer outro dispositivo por meio de Bluetooth + gravação em cloud.
9. Sistemas de imersão total em Realidade Virtual e de Realidade Aumentada.
10. Sistema Operativo open source integrado (ao estilo do OS.Drive que se prevê que em breve seja lançado pela Google), com armazenamento em Cloud e projecção em qualquer superfície lisa. Compatível com qualquer ambiente / dispositivo com enorme portabilidade, dispensa ligação física. Interacção por meio de digital pen ou de instrumentos com tecnologia similar à Realidade Aumentada. Pode funcionar em rede e a virtualização é possível (com modelo dedicado a empresas).
Como funciona?
É simples e intuitivo. Nas hastes dos óculos estão os comandos para escolha da opção que se quer accionar; controlo de volume; funções de play; stop; rewind; (fast) forward. As restantes funcionalidades activam-se com tecnologia de Realidade Aumentada. Não podia ser mais fácil. Dizer mais, seria complicar o aparelho. Testado numa criança de 6 anos, que o dominou em 5 minutos!
A bateria é de lítio, nova geração, com duração mínima de 24 horas em máximo uso. Recarregável com energia solar.
Porque se chama IMind? Não é I… uma característica de um produto Apple?
É. Mas convencemos (em teoria) a Apple a produzir esta invenção revolucionária. O nome IMind, que nos convém em termos de Marketing, porque é sonante e apelativo, tornou-se assim inevitável.
Porque é que este utensílio corresponde ao objectivo de tecnologicamente servir uma organização, empresa ou a Sociedade em geral; ou de constituir uma ideia de negócio na área do tema Relação Homem-Máquina?
Porque é prático: num só utensílio aglomeramos um conjunto de funcionalidades fundamentais para o século XXI, para trabalho ou lazer. Poupa tempo e tempo é dinheiro. Poupa espaço e espaço é dinheiro. Poupa treino e treino é dinheiro. É fácil e querer o fácil é Humano. E o que é Humano dá dinheiro, principalmente se não der trabalho.
Porque é económico: Pagar 1 objecto para ter as funções de 10.
Porque é revolucionário: um por muitos, a informação e o essencial da interacção com o mundo concentrados num único dispositivo adquirem a mesma importância do IPhone, um momento de viragem na relação do Homem com a Máquina, do uso da máquina para ampliação das capacidades do Homem; mas num nível acima do IPhone, porque é ainda mais versátil e está ainda mais próximo da anatomia humana, como extensão natural do seu corpo.
Porque é multidisciplinar: É aplicável a um virtualmente infinito número de áreas.
Porque é portátil: E a portabilidade é fundamental ao progresso; a possibilidade de aplicação imediata de um Sistema Operativo, que pode ser posto em funcionamento em qualquer superfície, em qualquer lugar, libertando o utilizador de um hardware volumoso e da concentração num espaço físico fechado para trabalhar em projectos empresarias ou científicos; e permitindo a produção e gestão quase instantânea e em rede de informação é uma característica de importância inalienável.
Porque é ecologicamente sustentável: Uma bateria de nova geração de longa duração e resistência e que funciona a energia solar. Enquanto houver dia, não há apenas esperança mas energia para dar… e fazer: montes de coisas.
Porque impulsiona a performance: O seu scanner incorporado, a sua capacidade de manipulação da imagem real captada pelo observador, a capacidade de digitalização imediata do que é visto (quando desejado), falando apenas de alguns dos seus aspectos, elevam à potência de 10 as capacidades do utilizador. Por exemplo, para um arquivista ou bibliotecário, uma das áreas de aplicação do curso de Ciências e Tecnologias da Documentação e Informação, a funcionalidade de scanner provar-se-à tremendamente útil na digitalização da informação em material papel. E essa digitalização não precisa de acompanhar a velocidade de leitura do cérebro humano. Poderá aplicar-se a modalidade fast forward e a leitura-digitalização é feita à velocidade do virar da página, carregando o conteúdo digitalizado directamente na nuvem, podendo, a partir daí, o utilizador, transportá-lo para qualquer plataforma ou dispositivo. É muito mais rápido e protege muito mais os volumes antigos que não precisam de ser selvagemmente espalmados para satisfazer os caprichos de posição do scanner tradicional.
Porque é o Futuro: o Futuro é a Informação e qualquer instrumento que facilite a gestão da Informação e a integração da informação analógica e digital com as necessidades quotidianas do Homem constitui uma inovação que não pode ser ignorada.
Como será promovido?
Com exemplos. No que respeita às palavras, talvez um texto publicitário eficaz que o representasse pudesse ser: «IMind: penso o que vejo, vejo o que penso, penso logo existe — e, melhor ainda: em várias cores e modelos».
Melhor do que isto, só mesmo pô-lo em prática. E, claro, o próximo produto, porque o progresso é uma História Interminável — como se verá no próximo capítulo, uma conclusão que, inevitavelmente, continua: pelo menos enquanto existir Homem; e Máquina.
(Artigo de: Miguel João Ferreira)
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